O poder das palavras é incontestável para ações efetivas de liderança, mas o que mais se observa são as limitações inerentes ao seu uso indiscriminado.Algumas situações podem ser citadas (como comportamentos inadequados de líderes):
- culto à própria palavra;
- uso de uma verborragia irritante;
- falta de atenção ao que está sendo dito;
- egocentrismo exagerado;
- desrespeito ás crenças e valores do outro;
- alteração do volume e tom e voz, com o objetivo de minar resistências às suas;
- comunicação defensiva;
- falta de entendimento;
- atitudes que inibem as contribuições individuais;
- comunicação não-verbal irônica durante o processo de escuta;
- atenção só às idéias que possam servir aos próprios interesses.
Essas pessoas falam, falam e falam, como se quisessem promover o entorpecimento mental de seus ouvintes e persuadi-los por meio da exaustão.
Isso nos faz refletir sobre como o uso abusivo do poder pode levar um líder a subestimar o potencial de seus subordinados, ouvindo só o que lhe interessa e não aproveitando, portanto, à força produtiva inerente a cada membro de uma equipe.
Muitas empresas vivem no que podemos chamar de “feudalismo administrativo”.
Seria prudente que os dirigentes das organizações repensassem se a ânsia pela posse da palavra não esconderia um medo profundo de perder espaços e se dispusessem a um exercício extremamente saudável e produtivo: o hábito de ouvir.
Ouvir pode exigir, dos mais ansiosos, um esforço quase sobre-humano, pois é necessário que haja disciplina e organização de idéias (enquanto o outro fala, é preciso frear a imaginação, que normalmente voa para diversos lugares em poucos segundos). Ouvir pode também causar frustrações, ao descobrir-se que, muitas vezes, o interlocutor tem idéias bem mais interessantes que as nossas.
Algumas sugestões para aprimorar o ato de ouvir:
- saber por que está ouvindo;
- criar um clima de interesse e receptividade;
- escutar, prestando atenção;
- concentrar-se no assunto em questão;
- não interromper o emissor;
- evitar ansiedade, enquanto ouve;
- buscar o estado de prontidão e não de tensão;
- esperar que o interlocutor conclua sua idéia;
- evitar distrair-se com ruídos externos;
- utilizar a empatia;
- ouvir sem medo, sem precipitação e sem julgamentos preconceituosos;
- sempre que houver oportunidade, procurar resumir numa frase tudo o que entendeu.
Quem finge saber ouvir engana o seu interlocutor e transforma a possibilidade de comunicação em uma farsa.
Ouvir bem é um ato de civilidade e educação, que facilita uma comunicação autêntica e legítima, uma liderança mais democrática, contribuindo para o surgimento de ações mais sensatas e produtivas. Vamos aprender a ouvir?
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